terça-feira, 17 de dezembro de 2013

MANDELA: Colonização, Globalização ou NewColonização

               Processos de colonização se arrastaram pela história da humanidade, sempre com a característica exclusiva do dominador cultural impondo seus hábitos e costumes sobre aqueles que julgar inferiores. A vantagem de ser um povo representante de uma civilização mais antiga parece despertar o ar de superioridade que alimenta o desejo de intitular-se o dono do planeta. E, para isso, o uso do poder torna-se ilimitado. 
        Sem precisar irmos tão longe, vamos partir da história dos romanos cujo momento vivemos inevitavelmente sob o legado da Vida de Cristo, o maior exemplo de supremacia do poder imperial em prática. Sua dominação foi tão forte que seus traços culturais se multiplicaram pelo planeta, imortalizando o temível Império Romano através da expansão e afirmação do Cristianismo. Como não lembrar dos romanos, eternos prisioneiros da Vida de Cristo ?  
              A característica dominadora da história das colonizações, sob o império da força física belical, propagou-se pelos continentes até ocupar a Ásia e a África. Se é possível comparar os romanos a algum império no mundo moderno, apresentamos os ingleses como senhores da contemporaneidade. A eles são atribuídos os novos e atuais domínios no planeta. Dois grandes personagens do século XX despontaram diante dos massacres na Índia e na África do Sul, por imposição da soberba do Império Britânico em nova versão do Império Romano, quando o poder econômico se confunde com o poder político, prevalecendo a lei dos mais ricos. 
               Na Índia, um grande líder  trilhou o caminho do sacrifício individual com meios pacíficos em projeção do "slogan" NÃO À VIOLÊNCIA, conquistando a independência de seu pais sem armas bélicas. Sua força espiritual o elevou à condição que o tornou conhecido mundialmente como Ghandi (grande alma). 
                  Na África do Sul, o mundo conheceu e reverenciou o grande poder de outro líder que combateu assim como Ghandi as diferenças econômicas e sociais, lutando contra o domínio de um novo Império que se desenvolveu com a Revolução Industrial, fortalecendo a expansão comercial surgida anteriormente, que também mobilizou um processo de colonização. Esse líder, rebatizado Nelson, teve vida longa pelo poder da luz que iluminou a todos seus beneficiados diretamente, seu povo, resistindo por 27 anos de tortura e sacrifício que lhe rendeu a glória reconhecimento. 
            Pelo que lutou o Sr. Mandela, senão contra o domínio de um império responsável por tantos barbarismos continente a fora da Europa ? Pelo que lutou Sr. Ghandi, senão contra o mesmo adversário ? 
                 Com o novo processo colonialista, a denominação Globalização vem tornar mais suave a relação do poder econômico entre os povos. A moeda mais forte domina pelo seu poder de circulação. Acompanhando a moeda, a língua falada adquire prioridade no processo educacional, prevalecendo o valor econômico. As diferenças impostas pela Globalização prioriza o maior poder econômico. 
                 Priorizar a língua falada pelo maior poder econômico seria uma NewColonização ? 
                Em assim sendo: - Índio não qué apito. Índio qué falá ingrês prá tê lugá na Grobalisação.
                  

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

TER E SER

                         Ter sem Ser é como se não tivesse.
                         Ter e Ser multiplica e enriquece.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

FORMIGA SOLITÁRIA

                 "A Formiga Solitária" é tão pequenina que a sua grandeza precisa ser descoberta.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

NATAL

         Aproxima-se o Natal e com ele a confraternização pela troca de presentes entre amigos e familiares. Antecipo os votos de Amor e Fraternidade de Cristo no convívio de todos os amigos que me acompanharam ao longo deste ano que se despede. Que a alegria da união natalina seja extensiva por todo o Ano Novo !
         Neste momento reflexivo aproveito para convidar a todos que, junto com um brinquedo, de um livro de presente a uma criança. Assim, o brinquedo estará bem acompanhado.
        Agradeço de coração a todos os amigos que, com certeza, muito me incentivaram neste projeto de Servidor da Leitura, como me considero.
        Saudações fraternas!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ABL ABRAÇA ANTONIO TORRES

          O reconhecimento da Academia Brasileira de Letras a um Mestre da literatura moderna, Antônio Torres, foi devidamente confirmado agora com sua eleição para ocupar uma cadeira naquela importantíssima Instituição que congrega grandes mestres da literatura do Brasil e do mundo. 
             O escritor Antônio Torres, autor do romance Essa Terra, premiado internacionalmente na América Latina e na Europa, realiza um trabalho que raros intelectuais se dispõem a executar. Seu nome é conhecido nas Universidades e instituições que incentivam a boa leitura pelo pais a fora. Tive a oportunidade de participar de duas atividades do ilustre Acadêmico que produz e vai ao encontro do público. Justiça foi feita pela ABL, reconhecendo o grande estimulador da leitura.  

ZUMBI E AS SENZALAS

               O negro Zumbi dos Palmares poderia ser lembrado como o "Tiradentes" da libertação dos escravos pelas circunstâncias de sua morte brutal, que o transformou num mártir racial. Época em que viveu sob o domínio das escravidão, no século XVII, quando foi favorecido pela Lei do Ventre Livre, soltando a voz proibida, inconformado com a situação dos demais membros da comunidade negra. Por que não todos eram libertados como ele ? Uma pergunta que incomodava àquele que bastava agradecer pela sua liberdade, pelas oportunidades que eram oferecidas, e curtir uma boa vida para a condição de um negro de seu tempo. 
                    Ser  livre não era o bastante para deixar de sofrer por todos que permaneciam escravizados. O sentimento de ver sua comunidade morta em vida, nas senzalas, amontoada como gado nos curais, sem as mínimas condições humanas de sobrevivência, estimulou o surgimento de um líder disposto a sacrificar-se em defesa de sua gente. Para conquistar o direito que não tinham, o de viver reconhecidamente como seres humanos, o único caminho oferecido para enfrentar a intolerância foi lutar fisicamente, como verdadeiros guerreiros. 
                   Sem uma representação legal, muito distante de qualquer tentativa de argumentação, o refúgio transformado em esconderijo levou a uma defesa armada. Como exalta o samba de Martinho da Vila, "Valeu Zumbi". E diz ainda a letra que "o negro samba, negro jogo capoeira..." na condição atual de livre, reconhecendo o esforço de um líder do passado. 
                  Cada sociedade convivendo com sua época, temos hoje novas roupagens para classificar as diversas formas de liberdade, partindo do princípio filosófico do tema, visto que ser livre não consiste apenas em ir e vir mas, também, viver com dignidade. E, como seria essa dignidade ? 
                     HOJE há representação legal, eleita para defender todos os descendentes de Zumbi, livrando-os das atuais senzalas, aquelas que imitam falsas moradias iludindo os que não têm onde morar.
                    A senzala do tempo de Zumbi não fornecia luz, água e esgoto. Não passava de um galpão de depósito de gente, assim considerada. Não tinha cômodos. Atualmente, apresenta divisões improvisadas e nada mais. Quantos Zumbis ainda são necessários para mudar esse quadro ?  
            Aldemir Guimarães

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

LITERATURA INFANTIL

           

 Nos anos 60 e 70, os estudos de literatura nas escolas ressaltavam o valor da leitura no sistema de ensino brasileiro, até o momento em que a interferência no desenvolvimento da intelectualidade tornou-se evidente  pelo regime que governava o Pais. O que lia-se nos educandários como Literatura Infantil eram livros considerados clássicos na categoria, como o mais expressivo deles, O Pequeno Príncipe. Não era fácil interpretá-lo sem o auxílio da Filosofia. No entanto, era uma literatura infantil que requeria muita concentração, interpretação e entendimento, o que tornava-se um grande desafio para os estudantes da época. Fazia-se necessário até mesmo a releitura por parte de alguns. E esse grande clássico continua buscando leitores infantis, desafiando a maturidade intelectual da infância de todos... 
            Paralelamente, não é possível esquecer que os clássicos  infantis da mesma época, Fernão Capelo Gaivota e O Menino do Dedo Verde, também desafiavam os estudantes a um estudo de interpretação que hoje é sinônimo de sacrifício para o aluno, envolvido numa política na Educação de puro protecionismo. Este absurdo se resume na facilitação da aprendizagem para atender aos critérios da Estatística oficializada, cujo resultado que interessa é o da aprovação, custe o que custar. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MARIA MENDONÇA

         

 Hoje pela manhã, o Bate-papo com o Autor na Escola Estadual Maria Mendonça em Trajano de Moraes foi um encontro muito agradável reunindo um grupo especial de alunos que interagiram magnificamente com o escritor, durante uma hora e meia. Os estudantes sabatinaram inteligentemente o autor, abordando os temas explorados pelos livros apresentados, bem como a biografia do escritor. 
             O evento é uma iniciativa do Prof. Nilton, que também é poeta/escritor criador do Projeto de Leitura na Escola. Um dos parceiros da luta pelo renascimento da literatura escrita. 
                  No encerramento, foram sorteados cinco exemplares entre os participantes, que estiveram presentes voluntariamente.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ETERNA LEMBRANÇA

           

 O dia do Mestre é apenas uma data como todas que são comemorativas em homenagem  a todas as profissões, da mesma forma que reverencia-se o dia das Mães, dos Pais, dos Avós e, agora, dos Primos, ressaltando a importância dos laços de família numa sociedade harmoniosa. À frente de todas encontramos a significativa presença do Professor(a), digno representante de um membro familiar, considerando-se o valor afetivo na relação amigável com os alunos. 
              Este dia me fez lembrar a Professora Dona Aurora, como respeitosamente a chamávamos, porque sua vitalidade surpreendeu a todos no lançamento do meu livro Meu Tempo Nosso Tempo em São Gonçalo, em 2004. A surpresa, inclusive minha, foi a sua presença no coquetel do evento no auge dos seus 87 anos de idade. Erguida como um Homo Sapiens, me fez reviver um pouco além dos meus 8 anos, com a suave recordação das minhas aulas de Canto no antigo primário no Colégio Estadual Melchíades Picanço. Ao  piano, ela conduzia sua voz agradável aos nossos ouvidos, ensinando as primeiras notas musicais a alguns que futuramente seguiram seus passos motivados pelo exemplo de sabedoria. Uma aula de vida que continuou, ao vê-la participar de minha realização como escritor. 
               Nossa querida Professora Dona Aurora, hoje na casa dos 90 anos, ao comparecer no lançamento do livro de um seu ex-aluno estava apenas ministrando mais uma aula, lembrando que vale a pena olhar para trás como estímulo de seguir em frente. Quando olhei aquela Senhora de 87 anos ali presente, cheia de vida, senti saudade "da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais..." (com licença do poeta Casimiro de Abreu). Porém, sua disposição e exuberante simpatia, alimentou a esperança de que nada é impossível quando há um propósito em viver. 
            Aquele mês de julho de 2004, jamais sairá de minha lembrança, como um grande Dia do Mestre.

EM BLUMENAU

         




Na cidade de Blumenau(SC), meus livros podem ser encontrados nas duas lojas da Livrarias Catarinense.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

RIO DAS OSTRAS

       


  Os livros " Meu Tempo Nosso Tempo - Jorginho, o menino de ouro - A Formiga Solitária e O último em canto" podem ser encontrados agora em Rio das Ostras, na Livraria Canto da Leitura, na Praça do Artesão, no centro da cidade. Todos os amigos leitores serão bem-vindos.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

INCÊNDIO NA ALCATÉIA

           
               
              Tudo ia bem naquele bando, enquanto as necessidades eram satisfeitas. Os membros da alcatéia sempre demonstravam muita fome para saciar. A união do bando mantinha viva a característica do grupo, voltado rotineiramente para a caça. O lobo líder definia a presa a ser atacada, buscando habitualmente o resultado positivo. Dificilmente algo saia errado. A experiência do lobo não era má. Tinha tudo haver com uma liderança inata e capaz.  
                A floresta vivia em festa com suas árvores gigantescas, matas virgens e um pasto verdejante em torno, onde saltitantes ovelhas desfilavam ao lado de seus cordeirinhos, procurando protegê-los sabe-se lá como. As aves de rapina quase não incomodavam. Só os lobos. 
                 Na alcatéia o assunto que preocupava os membros ia além da sobrevivência, tendo em vista que o pasto exibia uma vasta fartura. O questionamento entre os lobos se estendia sob a interrogação do que fazer após devorarem todas as ovelhas e cordeiros, se a fome não tinha limite. Surgiu então a idéia de um lobo vestido de cordeiro sugerindo que, ao invés de enterrar, os ossos deveriam ser queimados para usufruirem do aroma enquanto dormiam em suas sestas (aquele soninho gostoso de barriga cheia). Ficando decidido, iniciaram a fogueira que alastrou-se pela floresta produzindo um incêndio de proporções elevadas. 
                  O incêndio gerou uma comissão de inquérito na alcatéia porque um lobo sentiu-se acuado ao ser apontado como responsável pelo episódio. A comissão passou a apurar quem acendeu a primeira centelha, apoiada nas acusações contra o lobo responsabilizado. 
                  O lobo acusado elaborou uma lista de envolvidos no incêndio, partindo do princípio de que ele apenas ateou fogo num lado da fogueira, depois de receber o fósforo das mãos de outro lobo. E as acusações começaram a se desenrolar, um apontando o outro, enquanto o fogo se propagava em grandes labaredas que resultou no fim de uma unida alcatéia.
                   Por fim, com o desaparecimento de todos, o bando livrou-se de qualquer penalidade, evitando até mesmo punição de crime ambiental. O grande incêndio não deixou um para contar a história. O espaço queimado levará muito tempo para ser recuperado, apesar de que, a memória é curta.
              Aldemir Guimarães
                 

domingo, 29 de setembro de 2013

LITERATURA

         

      Através da Literatura é possível perceber a diferença matemática entre: dois mais dois igual a quatro e dois mais dois igual a cinco.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ANTOLOGIA

     
 Marcos Vinícius
      No último dia 30  de agosto, a Prefeitura de São Gonçalo, através da Secretaria de Cultura, realizou o lançamento da Antologia de Poetas Gonçalenses, reunindo 43 Poetas do Município, da qual temos a honra de fazer parte.
      A iniciativa do Escritor Marcos Vinícius, Coordenador do Projeto junto à Secretaria de Cultura, caracteriza a valorização dos Poetas e Escritores do Município, buscando despertar nas escolas municipais o interesse dos estudantes pelo Renascimento da leitura.

BATE-PAPO COM O AUTOR

       
     No dia 25 de setembro, este Escritor estará participando do evento Bate-Papo com o Autor na Escola Estadual Maria Mendonça, em Trajano de Moraes. Na ocasião realizará sorteio de livros entre os presentes.
     

terça-feira, 30 de julho de 2013

LIVRARIAS

        Os livros  "Meu Tempo Nosso Tempo", "Jorginho, o menino de ouro", "A Formiga Solitária" e "O Último Em Canto" são encontrados nas seguintes livrarias:
         Catarinense - Florianópolis
         Curitiba - Shopping Estação (Curitiba)
         Diocesana - Lages(SC)
         Clips - Lages(SC)
         Capozi- Bom Jardim(RJ)
         LIC - Cordeiro(RJ)
         Castro Alves - Araruama(RJ)
         Templar - Saquarema(RJ)
         Paraty - Paraty(RJ)
         Guttemberg - São Gonçalo(RJ)
       
         

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A ROSEIRA DA VIDA

             
           
            Uma árvore grandiosa, no meio da grande mata, destacava-se de todas como se fosse a única. Não era uma questão de tamanho mas sim o que o seu brilho reluzia. O realce da Roseira era visto em suas flores. 
           Aquela Roseira tinha uma peculiaridade  que era o grade atrativo. A hipnose que existia estava na diversidade de suas rosas, quando era florida as cores variavam. Via-se flores vermelhas, brancas, amarelas,  azuis e até verde-esperança. 
             Como pode, numa só árvore, principalmente roseira, tantas rosas variar ?  
            Olhar a Roseira da Vida era um deslumbramento espetacular, diante de uma fantástica imagem de alegria colorida  que os dias de sol proporcionavam. 
              No entanto, aquela Roseira, na sua peculiaridade, apresentava no lado oposto da beleza de suas flores gigantescos espinhos capazes de dilacerar e atravessar qualquer carne animal. 
              Para colher uma de suas rosas e desfrutar da alegria de suas cores é necessário ultrapassar os enormes espinhos, guardiões da beleza e do aroma que desinfeta toda a mata.   
               Assim como na Roseira, a vida se releva ao longo dos seus caminhos duvidosos. 
              Aldemir Guimarães

EXPLOSÃO DE EGOS

     
     
        Com o advento da Internet, a sociedade passou a oferecer oportunidade a todos que ao relacionamento tecnológico tem acesso. Até os tímidos deixam de lado sua principal característica para fugir do casulo que o esconde e mostrar-se ao mundo, tal qual ele não é. 
              Como um brinquedo novo na vida adulta, indivíduos revelam-se das formas mais típicas de cada um, causando aos olhares dos navegadores internautas um show de curiosidades e idiotices. O que antes a censura vedava aos olhos da sociedade banalizou-se no mais avançado meio de comunicação da humanidade até aqui, no decorrer da História. É legal (sem lei) ! É maneiro! Tudo pode, porque foge ao controle de qualquer autoridade. 
              Na Internet, cada um é o que se mostra. Tornou-se muito mais fácil a apresentação do indivíduo imaginário. 
                Pela Internet, as imagens refletem egos cinematográficos. Pode-se ser o personagem que bem quiser, como nos filmes que assistimos sonhando em participar na tela. 
                Agora, pela Internet, ser mocinho ou ser bandido e expressar o que bem quiser sobre as particularidades é muito natural. Afinal, é possível produzir qualquer personagem. O Ego se multiplica, gerando conflitos de identidades. 
                   Aldemir Guimarães  

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A RUA DO MEDO

               
                  
                   Naquela cidade do século XXI, todos os habitantes desfrutavam de uma vida completamente voltada para o lazer. Em todos os bairros, o que alimentava a noite eram os bares e restaurantes que tinham hora para abrir mas não para fechar. A vontade do freguês em primeiro lugar. 
                   Naquela cidade do século XXI, as ruas pegavam fogo em cada esquina. O acúmulo de lixo era tamanho que a coleta tornou-se insustentável, priorizando as queimadas. As labaredas atingiam os fios deixando a cidade na escuridão, na maioria das ruas e avenidas. Tubulações de gás explodiam, tirando o sono de qualquer prefeito, bem como da imprensa de plantão e de toda a população. 
                   Naquela cidade do século XXI, a energia elétrica não faltava nas baladas e shows graças aos geradores de serviço, sempre aptos para entrarem em funcionamento no bairro da gastronomia. Toda adrenalina mantinha a vida noturna. Os celulares e tablets não eram comprometidos, permitindo a comunicação à distância. O trabalho da polícia passou a ser tão necessário quanto comer feijão com arroz diariamente, ou melhor, noturnamente. Então, como se divertir bebendo e dançando, sem praticar um ato de violência ??? 
                   Naquela cidade do século XXI, o relacionamento na Internet passou de profissional para pessoal, prioritariamente, produzindo afeições e decepções entre encontros e desencontros, amores e desamores. A lucidez tornou-se rara nos atos do  cotidiano estressante, do trabalho produtivo em favor do crescimento econômico na era da globalização. A diversão noturna nos bares, com banheiros masculino e feminino lotados, representava a grande catarse coletiva  porque só os estádios de futebol não satisfaziam mais. 
                     Naquela cidade do século XXI, havia uma rua misteriosa onde ninguém frequentava e que a Prefeitura decidiu lacrar, instalando um portão na entrada com cadeado. Os moradores foram embora da cidade por se sentirem isolados e até ameaçados, vistos como  desajustados sociais, que não participavam da rotina de vida da população em geral. Os habitantes tratavam aquela rua como mal assombrada porque era a única diferente da cidade. À noite, a rua do medo, como ficou conhecida, era totalmente iluminada, não havia fogueira de lixo, mesmo antes quando os moradores lá viviam. Era um silêncio só.
                      Na Rua do Medo, a Prefeitura nunca encontrou problemas como no restante da cidade para resolver. Apenas cobrava os impostos, pagos em dia. 
                     Um certo dia, o mistério acabou. Um menino muito curioso encontrou um jeito de atravessar o grande portão, desafiando os colegas. Ao chegar no outro lado, descobriu o que mantinha aquela rua diferente de toda a cidade. Parou em frente a um casarão, que parecia assombrado, onde sempre viam vultos circulando, e resolveu entrar. Ficou assustado a princípio. Não havia ninguém, nem uma alma vagante. Diante dele, surgiram dezenas de estantes cheias de livros. Era uma Biblioteca abandonada.O menino chamou os colegas e passaram o dia inteiro naquele Casarão assombrado. E voltaram, voltaram e voltaram sempre à Rua do Medo. 
                      Esses meninos inciaram um processo de mudança naquela cidade do século XXI, a partir das horas que passavam naquele Casarão abandonado complementando os estudos das escolas precárias que frequentavam, fortalecendo seus conhecimentos com leituras incansáveis, diante do farto material ali depositado. Aos poucos a Rua do Medo foi reaberta e seus antigos moradores redescobertos. A cidade encontrou uma nova vida. 
                  Aldemir Guimarães 

                                  

terça-feira, 16 de julho de 2013

OS MISERÁVEIS

           
           O turista internacional e o brasileiro conhecem muito bem o drama da seca nordestina, que inclusive inspirou a música divulgada por Luís Gonzaga, " Asa Branca". A seca é miséria nordestina que ultrapassa séculos, como um dos maiores obstáculos à interiorização do Brasil. Também, é um drama vivido pelas emoções de Graciliano Ramos em sua obra literária "Vidas Secas", atuando como uma denúncia à falta de providência humana de quem detém o poder político-administrativo. Por quanto tempo ainda o nordestino viverá  Vidas Secas ? Até quando Deus quiser ? Ou até quando as campanhas eleitorais quiserem ? 
           O povo e a miséria sempre estiveram juntos no cotidiano brasileiro, e assim como a seca nordestina várias condições de miserabilidade servem de suporte para campanhas eleitorais. Uma enchente e seus flagelados morando em barracas de lonas, os favelados de Salvador, de Recife, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, de Vitória, de São Paulo, de Manaus, de Belém, de Porto Alegre, de Florianópolis, de Joinville e outras cidades, são exibidos como verdadeiros instrumentos de propaganda eleitoral sob as mais ridículas promessas de solução. A essa altura da exploração da miséria social, não sabemos quem são os miseráveis, se os explorados ou os exploradores, sarcásticos, irônicos e cínicos na exibição da desgraça alheia. Mostra-se a fome, o desabrigo, a epidemia e outras questões sociais como se fossem inéditos nas campanhas eleitorais que vivemos até agora no Pais gigante. A grande diferença é que hoje a  miserabilidade alcançou índices alarmantes em benefício dos poderosos que nunca se preocuparam, enquanto no poder, em reduzi-la à proximidade do índice zero. 
           Será ir longe demais concluirmos que a miséria e o povo precisam permanecerem juntos para que outros miseráveis usufruem dessa situação ? 
           O que é mais antigo em nossa sociedade do que o drama do menor abandonado ? As cidades estão lotadas de menores carentes, produtos das condições miseráveis que descrevemos anteriormente. Por que esses problemas persistem ?  Persistem porque estamos habituados a conviver com conversas fiadas. As mesmas que levam ao poder os que usam o assunto como tema de campanha e depois esquecem de encontrar saída para o drama social. 
             Sabemos que os problemas sociais não podem ser solucionados apenas pela ação de um segmento da sociedade. É preciso uma ação conjunta. Porém, também sabemos que a sociedade se faz representar por órgãos oficializados a quem compete dar o pontapé inicial. Mas isto não acontece, porque não passa das campanhas eleitorais. 
            Presenciamos desde os primórdios um dos fenômenos sociais mais evidentes no cotidiano, que é a violência. A insegurança campeia hoje a vida do cidadão e nos faz refletir sobre como nos defender dos "vermes" sociais. A violência não tem cara única. Ela ramifica-se de tal maneira que veste-se do silêncio para surgir. 
           Tratar da miséria e atender ao desenvolvimento da Educação será a maior contribuição do poder público para uma sociedade sadia, na qual os miseráveis não serão confundidos pela troca de posições. Onde a miserabilidade não se propague tanto através da violência. 
           Não podemos esperar milagres de uma criança que nasce num mocambo, numa favela, e fica ao relento sem os cuidados dos pais e sai às ruas para pedir o que comer, sem matar a fome, sem estudar, e sem a menor condição de saúde. Esperamos sempre as exceções na multidão de miseráveis, que naturalmente passam a ser projetadas perante a sociedade, como um grande exemplo de vencer na vida. Um "pixote" a menos, na Cidade de Deus. 

              Aldemir Guimarães            

segunda-feira, 24 de junho de 2013

SORTEIO DE LIVROS

   
    Nesta quinta-feira, dia 27 de junho, serão sorteados dois livros durante o evento Corujão da Poesia na Livraria Guttemberg no Shopping Boulevard em São Gonçalo. Um exemplar de JORGINHO, O MENINO DE OURO e outro de O ÚLTIMO EM CANTO.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

MAIOR IDADE

         
        Um Pais bem servido com a Educação Institucional, com Escolas Públicas servindo a suas crianças satisfatoriamente, não perderia tanto tempo com discussões sobre redução da maior idade. Certamente, não haveria um contingente tão elevado de criminosos "trabalhando" livremente convocando inocentes para a marginalidade. Até quando a discussão vai durar para buscar solucionar um problema que pode ser evitado por meio da Educação ? Prevenir, não é o melhor remédio ? 
          Considerando a Sociedade como um reflexo da Família e a Escola uma extensão familiar, por que o Poder Público não pode atentar para isso ? 
          Quando o grau de insatisfação ganha proporções gerais numa população, provavelmente o vandalismo esteja associado ao limite de saturação de cada indivíduo. Qual é o estabelecimento de ensino, hoje, que preocupa-se com CIVISMO, com CIVILIDADE ? Alguém poderá responder que existe Escola Privada atendendo a esta disciplina. E, alguém poderá acrescentar levantando suspeita de qual interesse estará por trás dessa entidade tão atenciosa à cidadania. 
          Diante do descompromisso do Poder Público com a Educação, o espaço ocupado pelas instituições particulares pode gerar um grande conflito filosófico na formação do cidadão. Isto, porque no instante em que a Democracia se confunde com uma livre concorrência, misturando Educação com Liberalismo Econômico indevidamente aplicado, o futuro cidadão não passa de um produto que projetará, não o seu Pais, mas a formação filosófica da Instituição Educacional Privada que o formou, ou, possivelmente, deformou, com uma falsa ilusão de cidadania. A grande competição é mostrar qual é a melhor escola. A Educação que se  exploda !!! 
            Enquanto este panorama educacional persiste, a Educação continua sendo tema de discussão ao longo dos anos, deixando a maioria das crianças impossibilitadas de ingressarem no "ensino" Privado à mercê da adoção dos criminosos. Droga! Droga! Droga! 
               Até quando ?!!!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

À LUZ DA COMUNICAÇÃO

                 Seguir a diante, caminhando em linha reta, subindo e descendo ladeiras sem olhar para trás, é uma característica da evolução do ser humano enquanto membro de uma grande comunidade. Enquanto habitante deste Planeta, o único ser racional buscou sua sobrevivência num convívio conflitante, pisando nos próprios pés, caindo e levantando. 
                    Natural foi a evolução da humanidade através da comunicação entre si. Na imensidão do globo terrestre, diferentes tribos sempre trocaram suas correspondências, falando línguas diversas. 
                    A comunicação escrita, ampliada e aperfeiçoada pelo Sr. Guttemberg, deu origem a uma nova era, a  da Imprensa. Sua importância para o convívio social passou a ser inevitável, valorizando a comunicação de massa. 
                    Felizmente, se faz necessário seguir em frente olhando para trás, reconhecendo que o que a sociedade conquista hoje deve-se a conquistas anteriores, como base do processo evolutivo da humanidade que, no entanto, não perde o caráter do conflito. Conflitos geradores do desenvolvimento. 
          Voltando ao ramo da comunicação, alcançamos a luz, que melhorou sensivelmente a comunicabilidade visual, e o som, cujo cérebro recebe bem ou mal dependendo de sua tonalidade. 
                      Com a velocidade da luz e do som, o evoluir da grande comunidade do planeta ganhou expansão, porém, ainda muito regionalizada. O mundo permaneceu bem dividido entre desenvolvidos e subdesenvolvidos. Surgiu então a eletrônica e a cibernética, culminando com a solidificação da informática, que notabilizou-se com o Sr Jobs, iluminando, com luz própria, a comunicação internáutica. Navegar passou a ser mais preciso. 
                       Não há mais obstáculos para os cidadãos do mundo se conhecerem. Não se depende mais, exclusivamente, dos meios de transportes para uma visita a lugares "nunca dantes navegados". Basta sentar a frente de um computador, ligá-lo, acessar a Internet e viajar com precisão. 
                 Diante deste grande poder tecnológico da Comunicação, como ousam os ditadores sobreviverem ? Se um cidadão de uma região oprimida pelo autoritarismo político navegou pelo oceano da Internet, o que ele conheceu sobre liberdade democrática foi mais do que o suficiente para propagar entre seus concidadãos e enfrentar novos conflitos, em busca do que é melhor para o Ser Humano: - conviver harmoniosamente, em nome da Paz. 

                          Aldemir Guimarães 
     

terça-feira, 18 de junho de 2013

O ROBÔ PERFEITO

                      (Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência.)

              Robert é um Cientista renomado internacionalmente, dominando o campo de eletrônica. Inventor de vários objetos de utilidades domésticas e criador de robôs. O predomínio desses seres detentores de energia oriunda da potência eletrônica já é inevitável em 2040, tempo em que o comportamento da sociedade expressa caracteres dessa realidade. Num pais qualquer do planeta, o presidente segue a orientação de um assessor-robô, totalmente fabricado com programação para governar. O Cientista Robert começa então a preocupar-se com o aperfeiçoamento desse valioso objeto. 
                Robert inicia o projeto de construir o Robô Perfeito, com a finalidade de corrigir todos os defeitos encontrados no ser humano. Isso despertou até o interesse dos cientistas da área humana, com ar de satisfação, principalmente os psicólogos, sociólogos e antropólogos.Quem sabe não vem aí a sociedade perfeita ! 
                      O trabalho de Robert não é fácil. Iniciou pela estética física do novo ser-objeto, procurando espelhar-se nos modelos mais famosos. No entanto, surgiu a primeira grande dúvida com relação sexo do robô. Seria um corpo feminino num rosto masculino ou um corpo masculino num rosto feminino. Porém, como um expressivo cientista eletrônico, percebeu que isso não era o mais importante porque viu que podia reunir os dois seres em um só, cuidando especialmente da conduta ética na imagem da perfeição. 
                         Definida a questão estética, Robert procurou produzir os principais gestos de gentileza nas relações humanas, inclusive, buscando expressar as regras dos Dez Mandamentos da Bíblia Sagrada. (Aí que o bicho pegou!) 
                           Ao alcançar o produto  final, Robert se viu diante de uma obra perfeita. O robô precisava de um nome, que ele batizou de REDENTOR. Não apresentou nenhuma falha humana. 
                     Redentor exibe todo o exemplo de boa conduta no convívio social, chegando a ser confundido com uma pessoa. Com a produção em série, Redentor passou a ser usado para proteger as pessoas na rua, atendendo pedestres com deficiência, crianças e idosos, atravessando sinais de trânsito, conduzindo nas calçadas e até servindo em recepções de órgãos públicos. Nas escolas e hospitais o Robô Perfeito tornou-se extremamente útil no atendimento ao público.
                           Robert estava feliz com o seu invento perfeito, melhor do que um ser humano. Porém, o Robô Perfeito dependia do compromisso com sua manutenção em dia, permanecendo sob cuidados de um ser humano. Qualquer falha humana, o Robô perderia sua perfeição.

                              Aldemir Guimarães
                               

sexta-feira, 14 de junho de 2013

PARATY

             Os livros JORGINHO, O MENINO DE OURO,  A FORMIGA SOLITÁRIA e O ÚLTIMO EM CANTO já estão disponíveis na LIVRARIA DE PARATY para que os amigos de todas as regiões do Brasil, bem com seus amigos, possam conhecer e avaliar o trabalho do autor.
            Será sempre com muita honra e humildade que receberei os comentários e críticas sinceras dos amigos leitores. As sugestões serão muito bem vindas.
            Sou antecipadamente grato.


segunda-feira, 10 de junho de 2013

SORTEIO DE LIVROS E PALESTRA

         

Durante o evento de Poesias que a Livraria Gutemberg realiza todas as terceiras quintas-feira do mês, no próximo dia 20, a partir das 19 horas serão sorteados 2 livros do autor deste Blog, "Jorginho, o menino de louro" e "O último em canto".
            No dia anterior, quarta-feira, o autor terá um encontro com alunos da Escola Municipal Amaral Peixoto, no turno da noite, para falar sobre o seu trabalho literário, a convite da Psicóloga e Profª Valéria Morgado.
         

terça-feira, 4 de junho de 2013

CORREÇÃO

       


Quero expressar meu pedido de desculpas ao público e aos pais do menino Victor Hugo pela informação incorreta do colégio onde ele estuda. O nosso amigo genial, de apenas 9 anos de idade, é estudante do Externato Santa Mônica, na Trav. Fonseca, em Niterói.
Recordações...

3ª Bienal de Santa Catarina, em Lages, de 2009
3ª Bienal de Santa Catarina, em Lages, de 2009
Bienal do Rio
Palestra no Colégio Militar durante lançamento de JORGINHO, O MENINO DE OURO
Lançamento em Saquarema
3ª Bienal de Santa Catarina, em Lages, de 2009
3ª Bienal de Santa Catarina, em Lages, de 2009
Lançamento na Bienal do Livro do Rio de Janeiro
Bienal do Rio
3ª Bienal de Santa Catarina, em Lages, de 2009
Lançamento no Colégio Militar do Rio de Janeiro 
Lançamento do livro: Jorginho, o menino de ouro. 18/05/13 - Casa das Artes
Em Araruama
3ª Bienal de Santa Catarina, em Lages, de 2009 
Lançamento em Lages, Santa Catarina 
Lançamento do livro: Jorginho, o menino de ouro. 18/05/13 - Casa das Artes
Lançamento do livro: Jorginho, o menino de ouro. 18/05/13 - Casa das Artes
Lançamento do livro: Jorginho, o menino de ouro. 18/05/13 - Casa das Artes

sexta-feira, 31 de maio de 2013

NOVO LIVRO

       


   A fábula "O Último Em Canto", recente lançamento do escritor, já encontra-se disponível nas Livrarias Castro Alves(Araruama), na Templar(Saquarema) e na Gutemberg, em São Gonçalo.



O MAIOR PALHAÇO BRASILEIRO

           

O Brasil registrou em 2006 dois acontecimentos marcantes, que é sempre bom lembrar. Ao mesmo tempo em que uma nave conduziu ao espaço sideral um brasileiro, na condição de astronauta, realizando seu sonho de menino, uma outra nave invisível desceu diante de nós para levar aos Céus um outro  ilustre cidadão do Brasil Continental, o amado Palhaço CAREQUINHA. 
             


O Senhor George Savala Gomes, homem humilde, não era tão conhecido quanto o seu parceiro de vida que o notabilizou por contribuir com sua alegria contagiante para o bem estar de todas as crianças brasileiras. Do Norte ao Sul deste gigantesco território, as verdadeiras palhaçadas do CAREQUINHA    foram um bálsamo nos corações sofridos das eternas crianças brasileiras. Sua grandeza como o Artista do povo que o amou jamais será esquecida, porque o imortalizou em vida. Numa época em que o artista tinha que ir ao encontro do seu público, antes da Televisão, que ele conseguiu inaugurar com suas verdadeiras palhaçadas na TV Tupi, no Rio de Janeiro, CAREQUINHA era reconhecido em todo o Brasil pela imagem do alegríssimo Palhaço e pelas músicas por ele gravadas. 
           

Um ser que nasceu, viveu e NÃO morreu como o Maior Palhaço do Brasil, foi digno da imaginária Nave que o transportou aos céus, aquela toda transparente pela sua invisibilidade. Uma nave que veio buscar seu filho para devolvê-lo à Nave-mãe que aqui o deixou, como um extraterrestre cheio de ensinamentos de vida, conseguindo confirmar a este mundo que foi possível viver no mundo da fantasia, sobrevivendo oitenta e cinco anos como o Maior Palhaço Brasileiro de Todos os Tempos. 
       

As gerações cinquentona, quarentona e mais jovens que desfrutaram de suas alegrias não conseguirão esquecer dos valores humanos tão expressados pelo Palhaço, porque é fácil lembrar de suas famosas piruetas, cambalhotas, suas músicas, principalmente aquela considerada educativa ("o bom menino, não faz pipi na cama...") que nos remete a todas as infâncias.
       

Quando o primeiro Astronauta brasileiro homenageou o Cientista Santos Dumont lá do Céu, que também passou pela Terra vivendo o seu sonho, talvez tenha inspirado o reencontro da Arte com a Ciência, possibilitando assim uma breve descida do Pai da Aviação para realizar o voo de volta do nosso CAREQUINHA, Pai de Todas as Infâncias, o verdadeiro e Maior Palhaço Brasileiro de Todos os Tempos.
           
           
Aldemir Guimarães 
           (Texto produzido por ocasião do falecimento do Sr. George Savala Gomes, o CAREQUINHA).         

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A FILOSOFIA, A SOCIOLOGIA E A DITADURA

                 A Filosofia, tratada como mãe de todas as Ciências, e que representa o ser humano em sua característica peculiar de livre-pensador, teve seu curso de milênios de existência interrompido no Brasil e na América Latina por questões politicamente ideológicas. O mesmo aconteceu com a Sociologia, que é o estudo do convívio do homem em grupo, também considerada a Ciência da Sociedade. Portanto, o Filósofo (amigo do saber) e o Sociólogo (Cientista Social) tiveram suas atividades caçadas irredutivelmente no período da nossa História conhecido como a "Ditadura Militar", de 1964 a 1984. 
                 

Sabemos que o regime ditatorial não é uma exclusividade do militarismo, o que a História como ciência consegue provar. No entanto, devido  aos critérios adotados pelo regime militar, normalmente rígidos, com a implantação de um poder ditador através de uma decisão militar, o rigor passa a ser maior. E quando o ditador tem origem civil, ele assume já uma postura de comandante militar, até mesmo com extremismos pela vontade de ser o que nunca foi, um militar. 
             

Ao ser implantado o regime militar no Brasil, a partir de um Ato Institucional em 1971 a Filosofia e a Sociologia foram excluídas do ensino do MEC. Consequentemente, estiveram banidas como disciplinas em todas as escolas brasileiras, até o final do período da Ditadura Militar. 
            Obviamente, filósofos, sociólogos e historiadores são humanistas por formação e, primordialmente, inatos. Preocupam-se com os direitos humanos que possibilitam o bem estar de todos. Assim, podemos entender que esses profissionais não poderiam sobreviver ao convívio com a intolerância generalizada. Partindo do princípio não-filosófico de que "manda quem pode e obedece que tem juízo", loucos e heróis foram aqueles que deram suas vidas ao contrariarem o cúmulo do absurdo, enfrentando com a paixão do Saber as armas da Irracionalidade. Quem ama o conhecimento, através dos estudos e a sabedoria inata de um livre-pensador, não pode deixar de sofrer diante da ignorância às leis,que são atropeladas em favor de poucos e em prejuízo da maioria. 
             

Diante de uma Ditadura, o questionamento é uma ofensa que resulta em castigo. Como viveram, então, os filósofos, sociólogos e historiadores sobreviventes ao regime ? Calados, em absoluto silêncio, assim como os artistas, poetas, escritores, jornalistas e todos os amantes das idéias expressas, enclausurados nos porões das cidades murmurando bem baixinho para que as paredes não os ouvissem. 
        Novos tempos vivemos, com reflexos talvez do hiato que tornou as Ciências Humanas uma necessidade extrema. 
         

Será que esses vinte ou trinta anos do vazio que causou a ausência dessas disciplinas não transformou o ser humano, em desumano ???  
                 Aldemir Guimarães
            

segunda-feira, 20 de maio de 2013

MENINO VICTOR HUGO BRILHA NO LANÇAMENTO EM SÃO GONÇALO

             

 A maior atração do lançamento de JORGINHO, O MENINO DE OURO em São Gonçalo foi a presença do menino de ouro VICTOR HUGO, estudante do Colégio Municipal Amaral Peixoto, do bairro Lindo Parque que, acompanhado pela mãe, a Profª Valéria Morgado, deixou a todos encantados com sua genialidade.
               VICTOR HUGO, com 9 anos de idade, cursando o 4º ano, exibiu toda sua inteligência conversando descontraidamente com os adultos presentes, expondo suas idéias sobre o quanto gosta de leitura e de escrever. Já é autor de um livro intitulado por ele "Minhas grandes aventuras". Ficamos todos diante do mais jovem escritor gonçalense, até o momento.
                O astro do lançamento, sem dúvida alguma, foi nosso brilhante leitor mirim que leu "in loco" o livro JORGINHO, O MENINO DE OURO que sua mãe acabara de comprar no evento.
                O melhor do lançamento em São Gonçalo foi, certamente, sem ignorar todos os convidados, a presença do menino VICTOR HUGO que, obviamente, graças aos pais que tem, iluminou o ambiente com sua luz própria. Fiquei muitíssimo honrado em conhecer esse pequeno gênio.
                Simplesmente, espetacular!!!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O FILÓSOFO E O ECONOMISTA

       

  Dois amigos nasceram no mesmo bairro, na mesma rua, e tinham a mesma idade. Frequentavam a casa um do outro, jogavam bola juntos, fazendo questão de participarem sempre do mesmo time. Estudavam na mesma escola até o ensino médio, ativos no esporte e na disputa pelas garotas. Até nas avaliações suas notas mantinham um nível entre bom e ótimo. Gostavam de curtir um Rock e um Sertanejo. Esses dois eram tão parecidos que pareciam o mesmo, ou seja, Um em Dois. 
            Como até nos gêmeos idênticos encontra-se um detalhe que os difere, no ensino superior, os amigos separaram-se seguindo caminhos profissionais já revelados na adolescência, quando concluíram o  ensino médio. 
            Antes de terminarem ensino médio, na fase do pré-vestibular, final do ano, no mês de dezembro, num dia de sol e céu azul estupendo, os dois amigos resolveram descansar à beira mar. Sentados num banco  da calçada da praia oceânica de Piratininga, em Niterói, pronunciaram uma conversa que definia a vocação de cada um. 
             Olhando o mar aberto, além das ilhas, o futuro filósofo comentava com o amigo: - É impressionante a grandeza desse mar, com uma imensidão de água que, a olho nu, podemos conferir o quanto o nosso planeta é coberto pelos oceanos, cujo volume nos faz sentir insignificantes ! 
         O futuro economista, respondendo ao amigo, descreveu o mar que ele enxergava. Disse que realmente estava diante de um potencial de riquezas, representado pelo litoral brasileiro, banhado pelo Oceano Atlântico. E que via no mar a grande fonte de sobrevivência, através da variedade de peixes, crustáceos e minerais como o sal e o petróleo entre tantos. 
             O futuro filósofo então replicou argumentando que "nem só de pão vive o Homem" sendo, também, o mar a maior fonte de lazer recuperadora da energia humana, proporcionando a sensação de bem estar, necessário no combate ao estresse do dia a dia. 
            Entre a visão de sobrevivência e a de homem natureza, o Economista e o Filósofo permaneceram     amigos para sempre.   
                                      Aldemir Guimarães