domingo, 19 de julho de 2015

NOVO LIVRO

        O novo livro, que conclui a trologia das fábulas brasileiras, "Mãe Gralha em busca da sobrevivência" estará disponível na Livraria Gutenberg de São Gonçalo, loja Shopping Boullevard.

ATRÁS DAS GRADES

               Quanto mais globalizados ficamos, mais sem identidade nos tornamos. O poder econômico que domina os interesses políticos pouco se importa com o sacrifício daqueles que sucumbem na miséria dos conflitos sociais vigentes. Na disputa pelo poder aquisitivo, cada vez mais o atual fenômeno da qualidade total joga na rua da amargura profissionais altamente qualificados, fechando as portas para o trabalho e o exercício de sua cidadania. 
            Ao abrirmos os jornais, as manchetes estão empobrecidas pelos dramas dos conflitos reinantes. Os valores invertidos revelam que o cidadão de bem vive submetido aos caprichos do mal, que se impõe de forma clara e poderosa, desafiando as autoridades que assistem impotentes ao extermínio de sua legião. Aqueles a quem devemos pedir segurança estão agora sob o domínio do medo na cidade maravilhosa e sua região metropolitana, porque sofrem de insegurança. 
                Recorrendo a nossa Constituição, lembramos que ela estabelece como dever do Estado a garantia da segurança pública, mas, também cabe a sociedade colaborar com a manutenção da tranquiulidade pública. Quando um representante da lei é assassinado friamente numa ordem sucessiva, caracterizando um confronto definido, a sociedade vive sob ameaça constante, sem saber o que fazer diante da inversão dos valores nitidamente configurados. 
                  Não havendo mais policiamenteo suificiente para dar segurança a população, o cidadão passa a comportar-se como o prisioneiro de sua própria lei. Seus impostos não pagam mais sua tranquilidade e de sua família, como é o exemplo de comerciantes que trabalham atrás das grades. Esse fenômeno nas grandes cidades, faz parte de uma conjuntura gerada por falta de atitude desencadeada ao longo de projetos administrativos anteriores, que tende a piorar caso não seja interceptada a tempo. 
                   Enquanto criminosos festejam suas glórias e até com perspectivas de empregos no mercado externo ao tráfico internacional, pelas promessas de recuperação, os jovens etudam e são licenciados para o trabalho nas inúmeras univerdidades e ensino médio sem qualquer esperança de oportunidade. 
                      O cidadão vai as urnas para obter resultados condizentes com a solução dos problemas básicos de sobrevivência humana em sua cidade. Busca no pleito eleitoral a conquista de seus direitos fundamentais respeitados para que possa, no minimo, viver dignamente.  
                       O policial tem família, luta por ela, envolve-se profissionalmente no mundo do crime, ficando marcado para morrer. O poder econômico dos chamados "bandidos" está superando o do cidadão que procura viver honestamente. Nessa estrutura invertida de valores,em que o ter sobrepõe-se ao ser, o poderio econômico confunde-se com o potencial bélico, deixando a sociedade enfraquecida pela falta de recursos públicos, apesar de o cidadão viver pressionado pelos impostos crescentes. Ao que transparece, temos que viver mesmo enjaulados para permitir que os bandidos "trabalhem" livremente e assim possamos tentar garantir a nossa segurança. 
(Crônica do livro "Meu Tempo Nosso Tempo", edição em março de 2004)