segunda-feira, 21 de outubro de 2013

LITERATURA INFANTIL

           

 Nos anos 60 e 70, os estudos de literatura nas escolas ressaltavam o valor da leitura no sistema de ensino brasileiro, até o momento em que a interferência no desenvolvimento da intelectualidade tornou-se evidente  pelo regime que governava o Pais. O que lia-se nos educandários como Literatura Infantil eram livros considerados clássicos na categoria, como o mais expressivo deles, O Pequeno Príncipe. Não era fácil interpretá-lo sem o auxílio da Filosofia. No entanto, era uma literatura infantil que requeria muita concentração, interpretação e entendimento, o que tornava-se um grande desafio para os estudantes da época. Fazia-se necessário até mesmo a releitura por parte de alguns. E esse grande clássico continua buscando leitores infantis, desafiando a maturidade intelectual da infância de todos... 
            Paralelamente, não é possível esquecer que os clássicos  infantis da mesma época, Fernão Capelo Gaivota e O Menino do Dedo Verde, também desafiavam os estudantes a um estudo de interpretação que hoje é sinônimo de sacrifício para o aluno, envolvido numa política na Educação de puro protecionismo. Este absurdo se resume na facilitação da aprendizagem para atender aos critérios da Estatística oficializada, cujo resultado que interessa é o da aprovação, custe o que custar. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MARIA MENDONÇA

         

 Hoje pela manhã, o Bate-papo com o Autor na Escola Estadual Maria Mendonça em Trajano de Moraes foi um encontro muito agradável reunindo um grupo especial de alunos que interagiram magnificamente com o escritor, durante uma hora e meia. Os estudantes sabatinaram inteligentemente o autor, abordando os temas explorados pelos livros apresentados, bem como a biografia do escritor. 
             O evento é uma iniciativa do Prof. Nilton, que também é poeta/escritor criador do Projeto de Leitura na Escola. Um dos parceiros da luta pelo renascimento da literatura escrita. 
                  No encerramento, foram sorteados cinco exemplares entre os participantes, que estiveram presentes voluntariamente.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ETERNA LEMBRANÇA

           

 O dia do Mestre é apenas uma data como todas que são comemorativas em homenagem  a todas as profissões, da mesma forma que reverencia-se o dia das Mães, dos Pais, dos Avós e, agora, dos Primos, ressaltando a importância dos laços de família numa sociedade harmoniosa. À frente de todas encontramos a significativa presença do Professor(a), digno representante de um membro familiar, considerando-se o valor afetivo na relação amigável com os alunos. 
              Este dia me fez lembrar a Professora Dona Aurora, como respeitosamente a chamávamos, porque sua vitalidade surpreendeu a todos no lançamento do meu livro Meu Tempo Nosso Tempo em São Gonçalo, em 2004. A surpresa, inclusive minha, foi a sua presença no coquetel do evento no auge dos seus 87 anos de idade. Erguida como um Homo Sapiens, me fez reviver um pouco além dos meus 8 anos, com a suave recordação das minhas aulas de Canto no antigo primário no Colégio Estadual Melchíades Picanço. Ao  piano, ela conduzia sua voz agradável aos nossos ouvidos, ensinando as primeiras notas musicais a alguns que futuramente seguiram seus passos motivados pelo exemplo de sabedoria. Uma aula de vida que continuou, ao vê-la participar de minha realização como escritor. 
               Nossa querida Professora Dona Aurora, hoje na casa dos 90 anos, ao comparecer no lançamento do livro de um seu ex-aluno estava apenas ministrando mais uma aula, lembrando que vale a pena olhar para trás como estímulo de seguir em frente. Quando olhei aquela Senhora de 87 anos ali presente, cheia de vida, senti saudade "da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais..." (com licença do poeta Casimiro de Abreu). Porém, sua disposição e exuberante simpatia, alimentou a esperança de que nada é impossível quando há um propósito em viver. 
            Aquele mês de julho de 2004, jamais sairá de minha lembrança, como um grande Dia do Mestre.

EM BLUMENAU

         




Na cidade de Blumenau(SC), meus livros podem ser encontrados nas duas lojas da Livrarias Catarinense.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

RIO DAS OSTRAS

       


  Os livros " Meu Tempo Nosso Tempo - Jorginho, o menino de ouro - A Formiga Solitária e O último em canto" podem ser encontrados agora em Rio das Ostras, na Livraria Canto da Leitura, na Praça do Artesão, no centro da cidade. Todos os amigos leitores serão bem-vindos.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

INCÊNDIO NA ALCATÉIA

           
               
              Tudo ia bem naquele bando, enquanto as necessidades eram satisfeitas. Os membros da alcatéia sempre demonstravam muita fome para saciar. A união do bando mantinha viva a característica do grupo, voltado rotineiramente para a caça. O lobo líder definia a presa a ser atacada, buscando habitualmente o resultado positivo. Dificilmente algo saia errado. A experiência do lobo não era má. Tinha tudo haver com uma liderança inata e capaz.  
                A floresta vivia em festa com suas árvores gigantescas, matas virgens e um pasto verdejante em torno, onde saltitantes ovelhas desfilavam ao lado de seus cordeirinhos, procurando protegê-los sabe-se lá como. As aves de rapina quase não incomodavam. Só os lobos. 
                 Na alcatéia o assunto que preocupava os membros ia além da sobrevivência, tendo em vista que o pasto exibia uma vasta fartura. O questionamento entre os lobos se estendia sob a interrogação do que fazer após devorarem todas as ovelhas e cordeiros, se a fome não tinha limite. Surgiu então a idéia de um lobo vestido de cordeiro sugerindo que, ao invés de enterrar, os ossos deveriam ser queimados para usufruirem do aroma enquanto dormiam em suas sestas (aquele soninho gostoso de barriga cheia). Ficando decidido, iniciaram a fogueira que alastrou-se pela floresta produzindo um incêndio de proporções elevadas. 
                  O incêndio gerou uma comissão de inquérito na alcatéia porque um lobo sentiu-se acuado ao ser apontado como responsável pelo episódio. A comissão passou a apurar quem acendeu a primeira centelha, apoiada nas acusações contra o lobo responsabilizado. 
                  O lobo acusado elaborou uma lista de envolvidos no incêndio, partindo do princípio de que ele apenas ateou fogo num lado da fogueira, depois de receber o fósforo das mãos de outro lobo. E as acusações começaram a se desenrolar, um apontando o outro, enquanto o fogo se propagava em grandes labaredas que resultou no fim de uma unida alcatéia.
                   Por fim, com o desaparecimento de todos, o bando livrou-se de qualquer penalidade, evitando até mesmo punição de crime ambiental. O grande incêndio não deixou um para contar a história. O espaço queimado levará muito tempo para ser recuperado, apesar de que, a memória é curta.
              Aldemir Guimarães