Para a Ciência há explicação lógica, que nos remete à matemática astronômica conclusiva nos ponteiros de um relógio, resumindo o tempo em 24 horas. Pronto, vivemos diariamente vinte e quatro horas.
E quem vive intensamente, como divide o seu tempo ?
A vida começa cronometrada por força da natureza, numa competição desenfreada. A mãe precisa de seu tempo de fertilidade para engravidar. O pai, sempre pronto... a esperar.
Assim começo uma história, em resumo, particular.
Todos devem saber
o que aqui vou narrar
a história de um bebê
que não quis saber de esperar.
No auge dos meus 32 anos meu filho Erick nasceu. E assim como chegou, aos 34 partiu.
Em disputa com milhões de espermatozóides fez o seu tempo surgir, fruto de uma bela relação de amor em tempo de fertilidade. Já encontrando seu irmão com quatro anos de idade, dá-se início a uma história de vida familiar que vai evoluir com o romper das auroras.
Era um tempo difícil para aquele casal jovem que, como tantos no pais das maravilhas enfrentava há mais de 30 anos o que milhões de casais jovens continuam vivenciando, nessa regra de três onde mal cabem dois. As oportunidades de sobrevivência nunca respeita a lei da proporcionalidade. Aliás, onde se respeita leis ?
Todavia, nosso filho rompeu a expectativa, chegando como sem pedir permissão ao tempo. Iluminou a todos.
Como um filho que nasceu por vontade própria, aos 8 anos sabia o que amava. Queria jogar futebol. Perecorreu então as escolinhas do América, do Vasco, do Botafogo e do Flamengo (seu timão) no Clube Mauá.
Na lateral direita jogou por um bom tempo, chegando a realizar teste em São Januário.O que intrigava em sua diferença era o fato de chutar com o pé direito e ser canhoto com a mão.
Preocupado com sua paixão em se tornar jogador de futebol profissional, tratei de convencê-lo a estudar. Porque assim como competiu com milhões de espermatozóides para vir a este mundo, o mesmo esforço seria necessário para nascer o craque Erick.
A luz brilhou no fim do túnel. Decidiu estudar Educação Física e dedicar sua vida profissional ao esporte, tornando-se um brilhante Professor e Árbitro de futebol.
Sua vida fora da seriedade do trabalho revelava um garoto alegre e feliz, com a profissão e com o casamento. Nunca dispensou os amigos de infância, que fazia questão de reunir em sua casa. Amava a reunião fraternal através do churrasqueiro que se tornou demonstrando seu laço familiar com o Sul, onde curtiu muito com os primos e tios.
Nunca vou entender a lógica do tempo, porque uns passam meteoricamente deixando a marca de sua energia, enquanto muitos envelhecem ao sabor do tempo. Um tempo que não é mais determinante pela sua natureza, mas, que é intercedido por ações inconscientes.
Minhas lágrimas não secam quando sinto que elas podem lubrificar meus olhos e permitir que eu veja o quanto meu filho conseguiu, em seu tempo, abrir os olhos de todos que com ele conviveram, transmitindo valores fundamentais para a vida humana, neste planeta que não é, exclusivamente, nosso.
Obrigado meu Deus por ter nos enviado Erick no tempo dele, com a missão dele.
Descanse em paz, amado filho !
Amém
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