O dia do Mestre é apenas uma data como todas que são comemorativas em homenagem a todas as profissões, da mesma forma que reverencia-se o dia das Mães, dos Pais, dos Avós e, agora, dos Primos, ressaltando a importância dos laços de família numa sociedade harmoniosa. À frente de todas encontramos a significativa presença do Professor(a), digno representante de um membro familiar, considerando-se o valor afetivo na relação amigável com os alunos.
Este dia me fez lembrar a Professora Dona Aurora, como respeitosamente a chamávamos, porque sua vitalidade surpreendeu a todos no lançamento do meu livro Meu Tempo Nosso Tempo em São Gonçalo, em 2004. A surpresa, inclusive minha, foi a sua presença no coquetel do evento no auge dos seus 87 anos de idade. Erguida como um Homo Sapiens, me fez reviver um pouco além dos meus 8 anos, com a suave recordação das minhas aulas de Canto no antigo primário no Colégio Estadual Melchíades Picanço. Ao piano, ela conduzia sua voz agradável aos nossos ouvidos, ensinando as primeiras notas musicais a alguns que futuramente seguiram seus passos motivados pelo exemplo de sabedoria. Uma aula de vida que continuou, ao vê-la participar de minha realização como escritor.
Nossa querida Professora Dona Aurora, hoje na casa dos 90 anos, ao comparecer no lançamento do livro de um seu ex-aluno estava apenas ministrando mais uma aula, lembrando que vale a pena olhar para trás como estímulo de seguir em frente. Quando olhei aquela Senhora de 87 anos ali presente, cheia de vida, senti saudade "da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais..." (com licença do poeta Casimiro de Abreu). Porém, sua disposição e exuberante simpatia, alimentou a esperança de que nada é impossível quando há um propósito em viver.
Aquele mês de julho de 2004, jamais sairá de minha lembrança, como um grande Dia do Mestre.
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