Não tem jeito, somos vítimas do tempo desde que nascemos até o sepultamento. Há tempo para tudo. E na atual vida política governamental brasileira não há mais tempo para nada, a não ser ver o tempo passar e o mandato acabar. Com eleições um ano sim e outro não, o que fazer em quatro anos ?
Partindo de baixo pra cima, vamos analisar a situação de um prefeito que ao assumir o cargo em seu primeiro ano de mandato precisa compor o seu governo, escolhendo seus secretários e esses os escalões inferiores com as respectivas funções de chefia, portanto, de confiança. E, para isso, o Executivo eleito traz como ônus de campanha o compromisso com os partidos que o apoiaram, tornando-se uma vítima do Pluripartidarismo, pelo qual todos os princípios ideológicos são atropelados por interesses outros, gerando todas as dificuldades possíveis para estabelecer sua Administração Pública. Em consequência, esse é um ano sem qualquer possibilidade de por um plano governamental em prática, porque é dedicado a entendimentos conflitantes, quem eu quero, não me quer...
Lá vem o segundo ano de governo e o Executivo em exemplo começa a traçar a prática de seu plano de administração quando, na primeira reunião de seu estafe, é alertado para o fato de que está em Ano de Eleição e que precisa colocar-se de prontidão para apoiar os candidatos dos partidos coligados. Então, é necessário criar algo que agrade a sua população para que a insatisfação não seja revelada em tão pouco tempo de governo. E aí se foi o segundo ano de mandato.
Chegou o terceiro ano de governo e o Prefeito precisa fazer alguma coisa para justificar ao seu eleitorado sua eleição. Será que os partidos vão deixar? Isso, porque ele não teve tempo de definir seu Secretariado, tendo em vista que alguns não se adequaram ao cargo, outros se afastaram para candidatar-se no ano seguinte. Então, lá se vai mais um ano sem governabilidade.
O último ano de mandato começa no terceiro, porque a partir do segundo semestre a preocupação já é com a reeleição, e nada foi realizado das promessas de campanha em torno de um plano de governo. E se nada concretizou-se em três anos, não será no quarto ano do mandato que o tempo permitirá que aconteça, porque o importante é tentar mais quatro anos. Os problemas alvo de uma Administração Pública que esperem: saúde, educação e segurança.
É óbvio que essa questão de eleições um ano sim outro não, pode ser vista como eleição anual, tendo em vista que em se tratando de manutenção do poder não precisamos ser nenhum vidente espiritual para perceber que a única preocupação é a disputa eleitoral. E isso se estende pelo poder legislativo, cujos projetos se arrastam nas gavetas do Congresso, sem questionarmos ainda os processos judiciários que caminham sem pernas.
O Tempo, senhor de todas as horas, não dorme mas engana, passando imperceptível. Há muito tempo que quatro anos são insignificantes para o exercício de um mandato público. Quem sofre é a sociedade no dilema atual entre Governar ou Politicar. A Política ferve, enquanto Governos são congelados para quem sabe um dia voltar a cuidar de sua população.
Errata: ...Governos são congelados para quem sabe um voltarem a cuidar de sua população.
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