terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

DITADURA BUROCRÁTICA

     

  É de praxe nos referirmos a ditadura quando lembramos do uso dos poderes dos reis absolutistas, remontando até aos antigos imperadores cuja força militar era a tônica de seus governos de conquistas. Em nossa realidade atual, as forças bélicas subdividiram-se numa sociedade marcada pela violência armada. Muitos poderes foram tomados pelo uso das armas de fogo modernas, sofisticadas pela tecnologia de ponta. Quem tiver a arma mais poderosa terá a possibilidade maior de ditar ordens e então submeter, como desde os grandes imperadores, antigos conquistadores. Com uma arma na mão ninguém é desrespeitado. 
          A ditadura armada levou ao poder muitos falsos líderes, que a História não esconde. Porém, com a evolução política conduzida para a Democracia, supõe-se que as atitudes ditatoriais tenham sido abolidas. No entanto, os caracteres de um ditador ainda vivem nas entranhas daqueles que se utilizam da Burocracia como arma para dominar e submeter. Não questionamos o papel da ordem administrativa que torna a burocracia necessária, mas sim, o seu uso inadequado para massacrar populações inteiras. 
      A Burocracia costuma atropelar cidadãos, dependendo de quem estiver à frente dos ditames burocráticos. É óbvio que a ação parte sempre de ordem superior, muito embora o que também se percebe é que a má vontade no atendimento ao público reflete-se no contato direto com quem atende, e cumpre diretrizes. Se for uma emergência médica, morre, porque o moribundo precisa preencher formulários. Caso os medicamentos necessitarem de liberação para sairem do depósito, dependendo da personalidade controladora, poderá entrar em validade vencida e, então, o doente que se exploda. Burocraticamente falando, esse controlador é mesmo um Ditador, cuja real característica é provar que o seu poder de controle existe. 
            A complexidade da questão burocrática faz com que o ego de indivíduos  seja satisfeito em primeiro plano. 
            O desvio de verbas da Educação, da Saúde e da Segurança públicas, não passam pela postura de um ditador burocrata ?  A ausência desse tripé sustentador de uma sociedade não contribui direta e indiretamente para sua destruição ? 
          Um chefe de gangue organizada exerce sua ditadura através da arma em punho. Os cartuchos disparados impõem respeito aos comandados. Isso é visível. 
               Um burocrata, bem atual, extermina lentamente nas imensas filas da rede financeira, nos hospitais  e nos cemitérios, onde pessoas sofrem de falência múltipla de órgãos. 
                     Esta é a ditadura silenciosa, invisível à ignorância pública. 

                Aldemir Guimarães  

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