A Nação vive uma revelação. O Brasil de todos nós nunca experimentou apreciar o cenário de trabalho da Suprema Corte, como tem sido agora quando se pode acompanhar pela mídia os trâmites do espetáculo. Os juízes do Supremo eram guardados com todo segredo de um cofre e, não só intocáveis, como também invisíveis. Apenas aos brasileiros eram divulgadas as decisões de suas reuniões.
O povo, hoje, não somente toma conhecimento das decisões como ainda passou a conhecer os membros do Supremo que passaram a ser "julgados" pela Nação através de suas idéias, personalizadas em seus votos. Isso possibilitou os destaques dos juizes segundo a imponência de sua votação.
A mídia divulga e o brasileiro avalia o que vê e ouve, analisando a importância do julgamento do "mensalão". Houve assalto aos cofres públicos, ou não ? Houve formação de quadrilha, ou não ?
Em tempos idos, as questões eram decididas e pronto, sem que a população acompanhasse as discussões. Nada mais era divulgado além do resultado da votação.
Com o advento da Democracia, mesmo em processo de formação regimental, as oportunidades surgiram para o Supremo apresentar-se pessoalmente aos brssileiros. Assim, cada membro torna-se exposto com o caráter de cada um. Logo, cai nas graças do povo aquele que mais se identifica com ele. Parece que foi o que aconteceu com o Ministro Joaquim Barbosa.
O Excelentíssimo Sr. Ministro Joaquim Barbosa, de cor negra, não se destacou pelo brilho de sua pele unicamente. Mostrou aos brasileiros que vale a pena estudar, alcançar um poder Supremo com todo o livre-arbítrio, certamente, sem ter desfrutado de cotas e, acima de tudo, honrar o cargo que conquistou. Estamos diante de uma integridade moral, exemplificada. O Ministro Rui Barbosa, da Velha República, defensor da honradez, possivelmente estaria feliz com a postura do Excelentíssimo Sr. Joaquim Barbosa, da Nova República.
A pele do Excelentíssimo Sr. Ministro é negra. Qual será a cor de sua alma, num Pais onde ainda se confunde a coloração do caráter ?
Aldemir Guimarães