terça-feira, 16 de dezembro de 2014

TODA A PAZ DO UNIVERSO

                 Hoje levantei, após um maravilhoso sono. Tive a sensação de que o mundo havia mudado, pois, durante a noite, a lua refletia sua luz imensa na minha janela, e interrompia meu sonho de menino docemente adormecido. O satélite brilhava tanto que eu nem distinguia - se dormia, ou se sonhava, ou, então, se estava acordado com os olhos fechados. A luz da lua prateava por inteiro o meu quarto sem luz. Eu via nitidamente uma charrete desfilando pelo espaço sideral e, em vez do cavalo de São Jorge, pousou na lua para acabar com a briga feroz entre o dragão e o santo, um velho, gordo, de barba branca e longa.
                 Por um breve momento fiquei interrogativo. Mas, em meio àquela cenografia magnifica, pus-me envolvente no cenário que inexplicavelmente me surgiu. Corri mais para perto da lua com a intenção de espionar, tirar minhas conclusões. Naquele instante, uma batalha era travada entre São Jorge e o dragão enfurecido, que soltava enormes labaredas pelas ventas e sua bocarra. O choque dos dois parecia o desmoronamento do satélite. Durante o combate um abalo sinistro sacudia a lua, coitada, indefesa.  O duelo deslumbrava um colorido esplendoroso, com o contraste das cores do uniforme do guerreiro com o esverdeado da fera. Por fim, a luta continuava...
                 E lá vinha a charrete deslizando pela Galáxia, puxada por animais da Terra (Da Terra?! Mas o que fazia no espaço ?!) . Eu só via que o veículo alegre e descontraído trafegava suavemente pela via flutuante, sem deixar vestígio, sem manchas. Comecei a notar outros detalhes naquela imagem nova. Vi que o gordo ancião, de barba branca comprida, portava uma grande sacola. A sacola ocupava todas as dimensões da charrete, também, exuberante no fantástico clorovita. Era realmente muito incrível, porém, bela e repousante aos olhos.
                A importância da nave, com um cocheiro mais simpático de todos, aparece logo que o amigo velhote aproxima-se da lua. Ele chega sem interesses exploratórios, dirigindo-se ao centro da batalha do dragão com São Jorge. Sem que fosse preciso dizer nada, os combatentes param perplexos, tão logo escutam o sino da charrete anunciando sua chegada... Olham um ao outro, e ouvem a voz que diz: - Ei, amigos! Acabem com isso. Cá estou em nome da Paz. Trago brinquedos para todas as idades. Entre eles. trégua e esperança. Vocês não sabem ?! Hoje é Natal. Daqui, rumo para a Terra, levando toda a Paz do Universo. Portanto, aproveitem enquanto ainda tenho aqui comigo para dar a vocês.
               Feliz Natal !!!
 
(Crônica do livro Meu Tempo Nosso Tempo, edição de março de 2004)
 
               Que Toda a Paz do Universo possa encher de alegria o Natal de Todos os amigos e familiares, se estendendo pelo Novo Ano que se inicia !   São meus votos.
                Saudações...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

INFANTICÍDIO

             É surpreendente o que acontece com os criadores de leis, atualmente. Como qualquer cidadão, pagador de impostos a vida inteira, certos projetos de leis aguça nossa racionalidade ofendida.
               Quando assistimos a divulgação de mais alto índice de homicídios infantis no habitat indígena, dando origem ao chamado INFANTICÍDIO, nos deparamos com a velha questão: - O que é o Índio em nossa civilização ?  Segundo alguns interesses ele é visto como selvagem, segundo outros interesses é gente.
                Para a Antropologia o indígena pertence a uma civilização própria, que deveria viver sem qualquer interferência em seu habitat natural, respeitando-se seus costumes e tradições. Lamentavelmente, a proteção que a Lei prevê para eles  segue o mesmo descaso das leis que deveriam proteger a nossa civilização, que vive um interminável estágio de insegurança. Homicídios, suicídios e Infanticídios já não são banais nas cidades organizadas, cheias de infraestruturas ?
                A questão de ser ou não ser índio já confunde o cidadão brasileiro, diante da população que foi reduzida ao mínimo possível. Assim como em qualquer habitat natural, a invasão do espaço selvagem pela civilização "civilizada" vai além da fisiocracia, interferindo na vida comportamental dos filhos da selva.
                Como no cenário real de nossa sociedade as leis são elaboradas para serem executadas e, portanto, fiscalizadas, quem irá manter o exercício de uma lei que controlará a ação de uma mãe indígena quando abandonar seu filho na mata por rejeição ? Será ela julgada por "abandono de incapaz" como na sociedade branca, caso a criança seja salva pelo fiscal da lei ? Como se comportará o Cacique, o Pajé e companhia, diante de mais uma imposição do "homem branco" buscando sua hegemonia política na civilização indígena ?
                 O INFANTICÍDIO é peculiaridade da civilização indígena ?

sábado, 6 de dezembro de 2014

ANTOLOGIA 2

                O mês de novembro também foi marcado pelo lançamento do segundo livro de ANTOLOGIA DE POETAS GONÇALENSES, que tive a honra de participar mais uma vez com o poema CARNAVAL. Este trabalho, organizado pelo Subsecretário  Marcos Vinicius Macedo Varella, é a afirmação da Secretaria de Cultura de São Gonçalo como a mais atuante no atual governo do prefeito Neilton Mulim, tendo em vista as sucessivas realizações culturais na cidade desde que o Secretário Michel Portugal assumiu a pasta.
                 A agenda de eventos na Casa das Artes e no Centro Cultural Joaquim Lavoura tem sido lotada.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O FUTURO POSSÍVEL

            Nos velhos tempos, não tão longe assim, bater na mesma tecla era uma referência ao teclado das antigas máquinas de escrever, certamente, quando insistimos em um assunto muito importante. No momento a mesma tecla é a do moderno computador que, se não fosse o hábito de ler e escrever, estaria agora navegando horas e horas sem nada dizer na internet.
            Essa mesma tecla que torno a bater é de uma Revolução Educacional, promovendo nas escolas um novo método de alfabetização. No estágio em que a criança aprende a ler e escrever as primeiras palavras é que o hábito da leitura precisa ser criado. Isso é possível com a implantação de Oficinas de Leituras permanentes nos educandários e a contratação de um profissional especializado, o Professor(a) Contador(a) de Histórias. Assim, a criança sairá da Alfabetização não apenas escrevendo soletradamente mas lendo fluentemente. As oficinas devem existir durante todo o ensino Fundamental, necessariamente.
           Nossa sociedade do futuro só agradecerá.
          Quem sabe com uso da metodologia do ensino de línguas estrangeiras, no processo de alfabetização, o domínio da  Língua Mãe obterá muito mais êxito. Se a criança aprende a falar e escrever em outro idioma, porque não desenvolver sua língua de origem com a mesma praticidade? 
           Esse futuro é possível, uma vez que aqueles que mantém o poder sobre as escolas públicas não deixem a responsabilidade nas mãos da iniciativa privada. Afinal, segundo reza a Carta Mãe, a bíblia do Cidadão que é a nossa Constituição, é DEVER do Estado garantir a EDUCAÇÃO entre outras prioridades.
 
         

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

"CORUJÃO" NA LIVRARIA

                Todas as últimas quintas feiras do mês um evento vem reunindo os amigos da leitura e da poesia na Livraria Gutenberg. Trata-se do CORUJÃO DA POESIA, um projeto da UNIVERSO (Universidade Salgado de Oliveira) que tem como Coordenador o novo Embaixador da Cultura, João Luís, engajado nesse trabalho junto a livrarias do Rio de Janeiro. No Leblon, o CORUJÃO  DA POESIA recebe o apoio de artistas e escritores expressivos, incluindo o cantor e compositor  Jorge Benjor, que prestigia e incentiva o projeto.
               Para mim o lançamento de "O Último em Canto" no dia do CORUJÃO na Livraria Gutenberg em São Gonçalo foi motivo de muito orgulho e satisfação, porque juntei-me ao público que abraça o projeto da UNIVERSO, através do empreendedor  Prof. João Luís, que busca resgatar a importância da leitura como fonte de alimento da cultura.
                O próximo encontro no CORUJÃO será na última quinta feira de janeiro, na  Gutenberg.